Evento reúne profissionais de jogos eletrônicos

Gamesmaniácos e desenvolvedores de jogos eletrônicos se reúnem durante o II Workshop de Desenvolvimento de Jogos da Amazônia (WDJA) para difundir as potencialidades econômicas do setor na região Norte. O evento, que começa hoje e segue até sábado, oferece uma série de palestras voltadas para a capacitação na indústria de jogos.

“A ideia principal é mostrar que os jogos eletrônicos têm um enorme potencial. Seja pra agregar conhecimento, seja para buscar novas formas de desenvolver a região”, afirma o analista de sistemas Elinaldo Azevêdo, 32 anos, integrante do grupo Beljogos, um dos organizadores do WDJA ao lado do Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (Iesam).

O Beljogos surgiu em 2003, após um curso de desenvolvimento de games ministrado pelo designer paraense Marcos Romero. Migrando posteriormente para a internet, o grupo se tornou um fórum de discussão sobre games. Atualmente agrega 200 membros, funcionando como uma rede voluntária de ajuda mútua e troca de informações entre desenvolvedores do Estado.

Segundo a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), o mercado nacional de games movimenta R$ 87,5 milhões (dados de 2008).

De olho nesse mercado, o Iesam anuncia a abertura de um curso superior voltado ao desenvolvimento de jogos digitais. Com duração de três anos, o curso irá disponibilizar 120 vagas, com previsão de início para agosto.

“Não podemos mais ficar à margem desse processo. Com pessoal qualificado, o mercado local passará a ver a indústria de jogos com mais seriedade, descobrindo suas potencialidades”, analisa Paulo Rocha, 28 anos, coordenador do curso de Ciências da Computação e futuro coordenador da nova graduação.

De acordo com Paulo, o mercado de jogos não se limita a consoles e games comerciais. O profissional pode trabalhar na área da educação, desenvolvendo jogos para o aprendizado, e também na área do marketing, desenhando campanhas que explorem a interatividade, além de realidade virtual e animação.


CABANAGEM

A primeira incursão paraense no mundo dos games foi “Cabanagem”, criado em 2009 pelo Laboratório de Realidade Virtual do Instituto de Tecnologia (LARV), da Universidade Federal do Pará. Inspirado no movimento popular paraense ocorrido no século 19, o game educativo surgiu do trabalho de conclusão de curso de Ricardo Damasceno.

Atualmente Ricardo é proprietário da Guest 3D, uma das três empresas voltadas ao desenvolvimento de jogos no Pará. Desenvolve tecnologia interativa para companhias, como jogos para treinamento de funcionários e ambientes virtuais para a área de arquitetura, por exemplo.

“A área de desenvolvimento de jogos não se limita a videogames”, define. “Infelizmente essa é a visão do mercado, que impede as empresas de investir no setor. O marketing já está atento para as potencialidades dos jogos em campanhas na internet”.

Mas os ventos estão mudando a favor do setor. Com a difusão das redes sociais e os games alcançando todas as faixas etárias, o mercado estará cada vez mais ávido por novos produtos.

“Games como Farmville mostram o potencial e a abrangência desse mercado”, diz, revelando que sua empresa já tem encomendas de jogos comerciais para plataformas portáteis. “Isso dá a possibilidade de fazer o que todo desenvolvedor de game quer: videogames”. (Diário do Pará)

Serviço

Workshop de Desenvolvimento de Jogos da Amazônia (WDJA). De hoje até sábado, no Iesam (avenida José Malcher, 1.148). Ingresso: 1 quilo de alimento.

http://sites.google.com/site /magwdja/home/programacao. 

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